sábado, 18 de abril de 2009

Mini Projeto de leitura


CIEP 381 PRIMO JOSÉ SOBREIRA \ 2009
EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL \ DIA
ENSINO FUNDAMENTAL DE JOVENS E ADULTOS \ NOITE
DIREÇÃO:
GERAL: PROF. FILOMENA GRILLO
ADJUNTAS: PROF. NEIDE TIRADENTES
PROF. SUZY MARY DE SOUZA RIBEIRO CAMPOS
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA :
PROF. ISABEL MENEZES
PROF. SUZI MÁRY

EQUIPE DE PROFESSORES:
- DIURNO -
Ana de Fátima
BERNADETE
CARMEM LÚCIA
Cristiane
Cristina
DEUSIANE
Deusmar
Eliane Sales
Eliane Santos
Eva
IÊda
Jacinta
KATIÚSCIA
Luana
Mara
Márcia Oquioni
MARIA DO CARMO
MARIA OLINDA
Martha
NAZARÉ
Neide Marília
NEUZA
Priscila
SALOANA
SANDRA SPALA
SIMONE TERRA
Teresinha
Viviane

- NOTURNO –
Adélia
Adriana Tuzzi
Benigno
Bernadete
Fátima Pimentel
Márcia
Maria Olinda
SALOANA

PROJETO: Campanha da Fraternidade 2009
SUBTEMA: Dia internacional do livro – O JOVEM ESCRITOR

Área de conhecimento: Língua portuguesa
"O ENCONTRO CASUAL COM UM BOM LIVRO,
PODE ALTERAR O DESTINO DE UMA ALMA."
(M.PRÉVOST)


Justificativa
A partir da leitura de obras de escritores conhecidos, pode-se desenvolver atividades que motivem o aluno para a criação de textos em verso e prosa. Além disso, a análise e observação de ilustrações que compõem as obras e outras que tratem do mesmo tema podem servir de modelo para que os alunos produzam as ilustrações para os textos de sua autoria, vivenciando, assim, a experiência do processo de criação de um livro.
Objetivos
Incentivar a leitura
Desenvolver o hábito de leitura
Interpretar e analisar textos em linguagem verbal e não-verbal
Produzir textos em linguagem verbal e não-verbal
Sensibilizar o aluno para os problemas sociais que agridem a paz
Mostrar e conhecer as diferentes formas de representação textual
Sensibilizar o aluno para datas como Páscoa, dia do índio e descobrimento do Brasil

Conteúdo

Interpretação de textos com os temas Páscoa, índio, descobrimento do Brasil, todos focalizando a paz.
Tipologia textual ( poesia, reportagem, entrevista,contos, cordel)
Aspecto formal dos diferentes tipos de textos trabalhados
Uso de dicionário
Produção de textos de diferentes tipologias
Tipo de linguagem empregada nos diferentes textos

Textos

Cachimbo da PAZ!!!
Letra e música:
Gabriel o Pensador
A criminalidade toma conta da cidade A sociedade põe a culpa nas autoridades O cacique oficial viajou pro Pantanal Porque aqui a violência tá demais E lá encontrou um velho índio que usava um fio dental e fumava um cachimbo da paz O presidente deu um tapa no cachimbo e na hora de voltar pra capital ficou com preguiça Trocou seu pallitó pelo fio dental e nomeou o velho índio pra ministro da justiça E o novo ministro, chegando na cidade, achou aquela tribo violenta demais Viu que todo cara-pálida vivia atrás das grades e chamou a tv e os jornais E disse: "Índio chegou trazendo novidade Índio trouxe cachimbo da paz Maresia, Sente a maresia Maresia ... Apaga a fumaça do revólver, da pistola Manda a fumaça do cachimbo pra cachola Acende, puxa, prende passa Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça Todo mundo experimenta o cachimbo da floresta Dizem que é do bom Dizem que não presta Querem proibir, querem liberar E a polêmica chegou até o congresso. Tudo isso deve ser pra evitar a concorrência Porque não é Hollywood mas é o sucesso O cachimbo da paz deixou o povo mais tranquilo Mas o fumo acabou porque só tinha oitenta quilos E o povo aplaudiu quando o índio partiu pra selva e prometeu voltar com uma tonelada Só que quando ele voltou "Sujou"!!! A polícia federal preparou uma cilada - "O cachimbo da paz foi proibido Entra na caçamba, vagabundo! Vâmo pra DP! Ê, ê, ê, ê! Índio tá fudido porque lá o pau vai comer!" Maresia, Sente a maresia Maresia ... Apaga a fumaça do revólver, da pistola Manda a fumaça do cachimbo pra cachola Acende, puxa, prende passa Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça Na delegacia só tinha viciado e delinquente Cada um com um vício e um caso diferente Um cachaceiro esfaqueou o dono do bar porque ele não vendia pinga fiado E um senhor bebeu uísque demais, acordou com um travesti e assassinou o coitado Um viciado no jogo apostou a mulher, perdeu a aposta e ela foi sequestrada Era tanta ocorrência, tanta violência, que o índio não tava entendendo nada Ele viu que o delegado fumava um charuto fedorento e acendeu um "da paz" pra relaxar Mas quando foi dar um tapinha levou um tapão violento e um chute naquele lugar Foi mandado pro presídio e no caminho assistiu um acidente provocado por excesso de cerveja: Uma jovem que bebeu demais atropelou o padre e os noivos na porta da igreja E pro índio nada mais faz sentido Com tantas drogas proque só o seu cachimbo é proibido? Maresia, Sente a maresia Maresia ... Apaga a fumaça do revólver, da pistola Manda a fumaça do cachimbo pra cachola Acende, puxa, prende passa Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça Na penitenciária o "índio fora da lei" conheceu os criminosos de verdade Entrando, saindo e voltando cada vez mais perigosos pra sociedade Aí cumpádi, tá rolando um sorteio na prisão Pra reduzir a superlotação todo mês alguns presos tem que ser executados E o índio dessa vez foi um dos sorteados E tentou acalmar os outros presos: "Peraí, vâmo fumar um cachimbinho da paz ..." Eles começaram a rir e espancaram o velho índio até não poder mais E antes de morrer ele pensou: "Essa tribo é atrasada demais ... Eles querem acabar com a violência, mas a paz é contra a lei e a lei é contra a paz" E o cachimbo do índio continua proibido Mas se você quer comprar é mais fácil que pão Hoje em dia ele é vendido pelos mesmos bandidos que mataram o velho índio na prisão.


PELA PAZ NA FAMÍLIA
Ela estava muito cansada. Todo dia era a mesma coisa.Ela se via puxada para dez direções diferentes: filhos, roupas para lavar, compras no supermercado, prazos para cumprir, amigos pedindo conselhos, cartas necessitando respostas, o telefone que não parava de tocar.Ela se sentia abatida e exausta além da conta.Ele estava irritado. O dia fora difícil, na lida com homens e mulheres cujas vidas estavam desmoronando. Depois de uma hora preso no trânsito, ele encontrou os filhos querendo sua atenção, uma lista de pacientes para quem precisava telefonare uma pilha de contas para pagar.
Nas primeiras horas da noite, ambos se esforçaram para não gritar, tentando controlar os nervos em frangalhos.De repente, alguma coisa insignificante acelerou o processo de descontrole. As vozes de ambos se elevaram diante da intensidade da discussão. Sem querer, eles estavam trocando palavras que não desejavam pronunciar. Assuntos que nem eram relevantes foram trazidos à baila. Mágoas passadas foram revividas. Mágoas guardadas e nunca perdoadas. Uma simples discussão se transformou num debate acalorado.
Quando estavam aos gritos, a porta do quarto foi entreaberta. Lentamente. Silenciosamente. Uma mãozinha se esgueirou pela fresta e colocou alguma coisa na porta. Imediatamente, a mãozinha sumiu e a porta foi fechada. Curiosa, ela se levantou para investigar. Preso na porta com fita adesiva havia um pequeno coração de papel pintado de vermelho, com os seguintes dizeres: eu amo a mamãe e o papai. Anthony, o filho de oito anos, estava fazendo sua parte em prol da paz na família. Lágrimas de vergonha molharam o rosto da jovem mãe. Marido e mulher se entreolharam, arrependidos por terem permitido que as suas emoções extrapolassem eprejudicassem seu lar. De repente, nem lembravam mais sobre o que estavam discutindo, quando o pequeno Anthony colocou um coração de papel na porta do quarto.
Mas eles resolveram deixá-lo colado ali como um lembrete para os dias futuros.
( Romelia Dolores Menezes de Oliveira)


Uma Páscoa pela Paz
Há tempos as nossas páscoas precisam ser um misto de reflexão e ação.

É chegada a hora de prepararmos nossos corações para mais uma Páscoa. Festa Cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo e que, por isso mesmo, está associada às idéias de renascimento, renovação e recomeço. O sentido da Páscoa é justamente nos fazer refletir sobre a vida e sobre a extrema capacidade de transformá-la para melhor. É como se renascêssemos em espírito. Como se recebêssemos, nesse período, uma luz adicional. Devemos entender que nessa época nos é concedida mais uma oportunidade de lançarmos olhares para o nosso interior, observando o que é possível aprimorar. E mais do que nunca é preciso que ampliemos esse exercício e possamos, assim, estender olhares à nossa volta, ao nosso município, ao nosso Estado, ao nosso País.
Não será surpresa se, nessa observação, depararmos com comunidades inteiras tomadas pelo medo da violência. É o caso de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, cada uma com seus milhões de habitantes. Pólos industriais e de turismo. Exemplos da riqueza nacional que, ao mesmo tempo, têm assistido a suas populações se tornarem reféns do terror e da insegurança generalizada.
Nesse contexto, na Páscoa de 2007, nossas orações, corações e mentes têm de estar voltados para levar todo o conforto possível às famílias daqueles que viram parentes e amigos vitimados pelo crime. O Brasil acompanhou, nos últimos meses, casos atrozes como o do menino João Hélio Fernandes – morto dia 7 de fevereiro, no Rio de Janeiro. Na seqüência, vimos pelo noticiário a sucessão de informações sobre a morte de policiais militares e também de diversos brasileiros e estrangeiros vítimas de balas perdidas, assaltos e seqüestros.
Já em São Paulo, muitos são os casos de violência que, cotidianamente, também nos deixam atônitos, amedrontados. Vendo tudo isso à nossa volta, a pergunta que devemos nos fazer é: de que modo podemos aproveitar a Páscoa que se aproxima para fazer dela um instrumento de ação e de reflexão para e sobre a paz?
Podemos começar aceitando o fato de que grande parte da problemática da violência passa pela necessidade de criarmos oportunidades de ensino para crianças e jovens. Sabemos que existem pessoas que tiveram todas as circunstâncias favoráveis na vida e, mesmo assim, se entregam ao crime. Porém, essas representam exceções. A maioria abraça o banditismo por falta de um caminho melhor para seguir.
O mapa da violência divulgado pela Unesco/Datasul mostra que o homicídio é a maior causa de morte entre jovens de 15 a 24 anos no Brasil. Com 16% da população brasileira, o Grande Rio e a Grande São Paulo concentram cerca de 42% dos crimes de morte registrados anualmente no País – cerca de 18 mil num total de 43 mil homicídios; 88% dos casos envolvem arma de fogo; a cada 25 mortes, 24 são de homens; e nos últimos vinte anos, o número de brasileiros assassinados aumentou 237%.
Nesse sentido, governo e sociedade têm de se unir na busca de soluções eficazes. Para isso, a sua participação na cobrança de programas e projetos voltados à educação é essencial. Como cidadão, é esse um dos principais exercícios de cidadania e, como cristão, é esse um grande ato de amor ao próximo. Paralelamente, você também poderá promover ou participar de debates que busquem soluções para o problema da violência em sala de aula, em grupos de discussão, na organização de campanhas em favor da paz no seu trabalho, na Igreja, nas associações e entidades de bairro.
Há tempos as nossas páscoas precisam ser esse misto de reflexão e também de ação. Lembremos que Cristo, nosso maior exemplo, teve uma vida de ação, de exposição de idéias, de peregrinação, de sacrifícios. Sua arma, entretanto, sempre foi a palavra. E é justamente dela que fazemos uso para lançar a todos vocês um convite: façamos em 2007 uma Páscoa pela Paz. E que ela nos leve a encontrar motivos suficientes para acreditar no sentido pleno desse renascimento, dessa transformação positiva capaz de favorecer a humanidade. E que, melhor ainda, tenhamos força e coragem para dar início às inúmeras mudanças necessárias ao mundo. Mudanças que, na maioria das vezes, têm início dentro de nós mesmos.
Paulo Alexandre Barbosa


O coelho da Páscoa
Os coelhos da Páscoa não existem!
Pelo menos é o que muita gente pensa. E dizem:
— Um coelho é um coelho, quer esteja na coelheira ou no campo. E não põe ovos. Então como é que podia trazê-los pela Páscoa?
Além do mais, um coelho não consegue abrir uma porta ou saltar uma vedação. E onde é que ia arranjar um cesto para pôr os ovos, se mesmo assim os tivesse?
Ainda por cima, todos os coelhos têm medo dos homens! É triste, mas é assim!
Contudo, seria maravilhoso se imaginasses um coelho da Páscoa só teu.
Ora aqui está ele! Tem mais ou menos a tua altura e umas belas orelhas compridas.
Já está vestido com um fato de todas as cores e traz às costas um cestinho com todas as tuas prendas.
Vem a tua casa! Atravessa prados, bosques e salta por cima de todos os ribeiros. Oh! Olha uma raposa a tentar apanhá-lo!
Mas o coelho não tem medo nenhum.
— Sou o coelho da Páscoa — diz ele calmamente.
— Oh, as minhas desculpas! — responde-lhe a raposa.
O teu coelhinho chega a uma cidadezinha. Vem um cão a ladrar com toda a força, mas quando vê que é o coelho da Páscoa, abana a cauda alegremente.
O coelho da Páscoa passa por cima das sebes, atravessa jardins e chega finalmente à soleira da tua porta.
Mete a ponta de uma das suas longas orelhas na fechadura e roda-a muito devagarinho e com muito cuidado. E pronto, a horta abre-se.
Está agora a esconder os ovos e muitas outras coisinhas que trouxe. E quando tu acordares no domingo de Páscoa e encontrares os ovos, vais ter a certeza de que… foi o teu coelho da Páscoa que trouxe tudo!
Ele fez toda esta longa viagem por tua causa. E é o coelho da Páscoa mais bonito do mundo porque foste só tu que o imaginou!
(Tradução e adaptação:Winfred Wolf)
Mas o que é a Páscoa?
Por Benito Pepe
Legal que muitos de nós fiquemos felizes com a Semana Santa, com a Páscoa, momentos de nos confraternizar, nos alegrar, de dar e receber ovos de Páscoa... Mas porquê isto? Bem! Para quem ao menos gosta da História e da essência dos fatos e atos ocorridos, vale continuar a leitura.
Já há alguns milênios (3,5) os Judeus já comemoravam a Páscoa. Mas como? Jesus Cristo não havia nem mesmo nascido! É verdade! No início, as comemorações da Páscoa já eram nesta época do ano: Março, Abril (primavera no hemisfério norte) eram para comemorar as colheitas. Era, portanto, a festa das colheitas. A alegria de festejar e “bebemorar” com o sucesso de um período trabalhado e seus frutos (na verdade a festa da colheita era 50 dias após a páscoa).
Muito bem! Mas os nossos Pais religiosos, os Judeus, foram escravizados no Egito (Império naquela época). Ficaram como escravos muitos anos... Até que, com ajuda de Deus, conseguiram sair da escravidão e voltar à terra prometida e foi o que ocorreu por coincidência ou projeto Divino também nesta mesma época da Páscoa e, assim, então, a comemoração dos Judeus passou a ser a da Passagem, do Êxodo, da libertação da terra do Egito.
E agora onde está a Páscoa Cristã? A nossa Páscoa, que é, sem dúvida, a maior Festa e a maior comemoração de todas as festas cristãs, está exatamente neste mesmo período do ano, pois mais uma vez por coincidência ou não ocorre também nesta época.
O Verbo que era a palavra se fez carne e veio habitar entre nós e após um período aqui na terra nos mostrou que nós também somos eternos, pois o que vivemos é uma Páscoa, ou seja, em Hebreu Páscoa quer dizer PASSAGEM assim sendo, Jesus o Cristo, nos mostrou que aqui é apenas um local de passagem e acima de tudo de aprendizagem. Portanto o mais importante não é o que construímos materialmente, mas, sim, o que construímos espiritualmente. Jesus, após ser crucificado e morto (na época da festa da Páscoa judaica, pois ele havia ido até Jerusalém para as comemorações - ele também era Judeu), ele ressuscita no 3º dia e aparece aos seus discípulos algumas vezes.
Portanto nós, os Cristãos, comemoramos esta época do ano como a maior de todas as festas, assim, ela é mais importante que o próprio Natal (Nascimento de Jesus). Apesar de o Calendário Gregoriano contar os anos do nascimento de Cristo, na verdade nós estamos há uns 1970 anos de comemorações de Páscoas Cristãs.
E para quê os Ovos, os coelhos...? O raciocínio é sempre lógico como também muitas vezes é a Fé! Como foi aprendido que a verdadeira Vida é após esta Páscoa (Passagem) assim sendo temos que comemorar a Vida e o que é melhor para simbolizar a vida do que o ovo! E o coelho, é lógico. Como o bichinho procria, não é mesmo? Bem, devemos lembrar também que os fatos e símbolos foram incididos em um outro mundo - o chamado mundo velho (berço da humanidade) - e com suas culturas, portanto também é interessante relembrar que tudo em História se deve contemporizar.
A passagem por esta terra, por este planeta, é o que temos consciência neste momento, quanto ao futuro temos a esperança. Páscoa, portanto, é a passagem, mas não a passagem desta vida para outra, mas de toda a passagem por esta vida, com todos os seus anos de conhecimentos, aprendizagens, vivências e experiências.
Portanto, Páscoa é, em suma, a comemoração da VIDA! Feliz páscoa para você.



Índio quer e merece respeito
Desde o início da colonização, os índios foram escravizados pelos portugueses. A partir daí, ficaram sujeitos às leis dos homens brancos e sofreram com prisões, com o desrespeito à sua cultura, com as tentativas violentas de integrá-los ao convívio com a civilização.
Os colonizadores viam os índios como seres inferiores e incapazes, que precisavam adquirir novos hábitos para estarem aptos a conviver com eles. Os nativos perderam sua autonomia e passaram a viver em função das leis que os homens brancos criavam para eles ou a respeito deles.
Somente em 1910 vieram algumas boas notícias com relação ao direito do índio à posse da terra e ao respeito de seus costumes, com a instituição do Serviço de Proteção ao Índio - SPI, pelo Marechal Cândido Rondon. Entre as principais conquistas estão a permissão aos índios de viver conforme suas tradições, proibição do desmembramento da família indígena, garantia da posse coletiva de suas terras, em caráter inalienável, e dos direitos dos cidadãos comuns aos índios.
Em 1967, o SPI foi substituído pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI, atualmente subordinada ao Ministério da Justiça. Apesar de todos esses esforços, ainda era muito forte a idéia de que o índio era um indivíduo incapaz, que precisava ser tutelado pelo Estado até se integrar ao modo de vida do resto da sociedade.
Pela Lei 6001, de 19/12/73, foi sancionado o Estatuto do Índio, que hoje regula a situação jurídica dos índios ou silvícolas e das comunidades indígenas, com o propósito de preservar a sua cultura e integrá-los, progressiva e harmoniosamente, à comunhão nacional.
A Constituição Brasileira de 1988 foi a primeira a trazer um capítulo sobre os indígenas e com isso alterou a filosofia e a postura que se tinha em relação aos índios e aos seus direitos. Reconheceu oficialmente os índios como povos culturalmente diferenciados e que essa diversidade deveria ser respeitada, sem exigir que eles se adequassem aos hábitos dos homens brancos. Uma vitória para os índios que hoje têm assegurado por lei o direito de manterem seus costumes, culturas, religiões, língua e tradições.
Os benefícios da nova Constituição, entretanto, não se fizeram sentir na prática. Por falta de adequação aos novos conceitos e da regulamentação do próprio texto Constitucional, as mudanças administrativas verificadas na FUNAI, a partir de 1988, não obtiveram o êxito esperado.
A discussão da questão indígena ganhou espaço no âmbito da sociedade civil. O processo de democratização da sociedade e a falta de condições do Estado brasileiro de prestar a necessária assistência aos índios, contribuíram para o surgimento de entidades civis ligadas à causa, que vêm fazendo esse assunto tão importante ultrapassar os limites das discussões acadêmicas e da própria FUNAI.
Mas as dificuldades enfrentadas pelos índios vão além do âmbito cultural. Os interesses econômicos nacionais e estrangeiros também podem ser inimigos das sociedades indígenas. Os índios brasileiros e suas terras muitas vezes são alvo de garimpeiros, madeireiros e fazendeiros que cobiçam essas terras e as riquezas naturais delas, sem se importar com os males e prejuízos causados aos índios e o meio ambiente. Um exemplo são os garimpeiros que exploram ouro, diamante e cassiterita em terras indígenas e que, além de agir com violência e transmitir todo o tipo de doenças contagiosas aos índios, provocam danos poluindo os rios com mercúrio e outros produtos químicos.
Nas áreas do índios Xikrin, Tembé e Parakanã, no Pará, as madeireiras procuram convencer os índios a arrendar lotes de suas terras para a exploração. Em troca propõem um pagamento que não chega a 10 por cento do valor das madeiras no mercado mas que, mesmo assim, parece alto e suficiente aos índios.
Há também problemas com relação aos projetos de colonização de terras. Os latifundiários que compram a terra, formam grandes propriedades e os índios são obrigados a aceitar a viver em áreas espaçadas umas das outras, cortadas por fazendas e estradas. Da mesma forma os posseiros, sem terras onde trabalhar, invadem terras indígenas, sobretudo aquelas ainda não demarcadas, gerando conflitos e impactos que afetam profundamente as sociedades indígenas.
Mais informações sobre diversos aspectos sobre os índios você encontra no site da FUNAI:
http://www.funai.gov.br.

Ser Índio
É ter no sangue o amorÀ sua raçaÉ não esconder a própriaIdentidadeÉ ter um pedaço de terraÉ pertencer a uma massa.É não padecer na desgraçaÉ então sobreviverÉ devolver ao seu povo aPaz e a justiça, em meio às ameaças.Ser índioÉ preservar a naturezaSem explorar a mãe-terraÉ tentar conservarToda essa beleza!(Renilde Cavalcante Alves)
Indiozinho
Indiozinho nu na mataArco e flecha em sua mãoFoi caçar seu alimentoIndiozinho brincalhãoIndiozinho tão valenteFoi na vida se embrenharCurioso esse meninoIndiozinho a brincarIndiozinho ficou tristeQuando viu tudo queimadoSua tribo sentiu fomeVi um Índio desolado.( Narcelio Lima de Assis)


Filhos do Brasil
Eles já foram milhõesOs donos do chão brasileiroSem lutas, sem mortes, sem medoDe um mundo com explorações.Hoje restou a históriaE a preservação da culturaDanças, comidas, pinturasDe um povo que anseia a vitória.No meio do “descobrimento”Na rota de uma viagemÀ vista de muita coragemSem ter mais reconhecimento.A tribo, a canoa, a ocaO arco, a flecha, o cocarTacape, brinco, colarE o gosto da mandioca.A força de uma tradiçãoQue vive para os animaisPerdeu o direito de pazPois não é “civilização”.(Tatiane da Silva Santos)

Silêncios velhos
Majestosas catedrais estampadasNos altos das coxilhas missioneiras,De paredes enormes, altaneiras,Pelos índios e padres veneradas.Estampas de imponência nas MissõesParaguaias, argentinas, brasileiras,Marcadas com Deus e fé nas bandeirasDos fiéis guaranis desses três torrões.Tinham campos verdejantes saciandoGente e animais, sem aramados,Terras, matas e rios bem cuidados,Crianças e jovens alegres cantando.Vieram-lhes de além-mar novas culturas,Invasões, guerras, campos de batalhas,Incêndios, extermínios e mortalhas,Dos índios e missões as sepulturas.Hoje, infelizmente, tempos mudados,Vidas e sonhos e dores chorando,Paraísos em infernos transformados,Tristes silêncios velhos taperando... Artur Hamerski


- Dinâmica -
E eu com isso?

Cada pessoa recebe uma tira de papel para anotar uma ou duas idéias que ouviu sobre os povos indígenas, sem identificar-se.
Dobra e coloca a tira em uma caixinha que circulará entre os presentes ao som de uma música.
Quando a música é interrompida, quem estiver com a caixa retira uma frase e manifesta sua opinião sobre ela, respondendo a questão: e eu com isso?
Abre-se para que mais uma ou duas pessoas se manifestem a respeito e complementem as idéias, concordando ou não.
O mediador do debate orienta no sentido de desmistificar idéias equivocadas e levar a refletir sobre a pouca ou total desinformação e/ou interesse que temos a respeito da cultura, modo de vida e causa indígena.
Concluir reforçando as idéias conscientizadoras de respeito e envolvimento com a causa indígena e dos valores que com eles podemos aprender.

DIVERSIDADE DOS ÍNDIOS
Os índios representam uma parcela muito importante e expressiva da população, que precisa ser resguardada como um dos tesouros étnicos do Brasil. Vamos conhecer um pouco da riqueza da diversidade dos povos indígenas em seus vários aspectos:
Física
Diferentes entre si e também do restante da população brasileira, os grupos indígenas caracterizam-se por usos, costumes, crenças, organização e culturas próprios. A diversidade física também pode ser bem expressiva, mesmo entre os integrantes de uma mesma comunidade, como resultado do hábito de acasalamento entre diferentes etnias.
De língua
As línguas faladas pelos índios do Brasil são ricas e variadas. Hoje as línguas indígenas classificam-se em dois troncos: o Tupi, com sete famílias lingüísticas e que envolve o Tupi-Guarani, e o Macro-Jê, composta de cinco famílias entre elas o Jê. Existem, ainda, outros grupos não incluídos nestes troncos: o Aruák, o Karíb e o Arawá, as três maiores. Além dessas o Guaikurú, Nambikwára, Txapakúpa, Páno, Múra, Katukina, Tukáno, Makú e Yanomami, nove famílias menores, e cerca de dez línguas isoladas, com características únicas, que não se enquadram nas classificações de troncos e famílias existentes. É importante lembrar que poucas línguas indígenas no Brasil foram estudadas em profundidade. O conhecimento sobre elas está, portanto, permanentemente em revisão.
De costumes
Os estudos etnológicos dividem os índios em áreas culturais, regiões que apresentam homogeneidade sobre certos costumes e artefatos que as caracterizam. De acordo com essa classificação são onze as áreas culturais: Norte-Amazônica, Juruá-Purus; Guaporé; Tapajós-Madeira; Alto-Xingu; Tocantis-Xingu; Pindaré-Gurupi; Paraguai; Paraná; Tietê-Uruguai e Nordeste. Essa classificação refere-se apenas às sociedades indígenas brasileiras do século XX.
Caça
É uma atividade tipicamente masculina em todas as sociedades indígenas, pode ser realizada em grupo ou individualmente e é considerada um trabalho. Em geral, os índios são caçadores muito habilidosos e conhecedores das espécies animais. A introdução das armas de fogo e do cão, resultado da interferência do homem branco, tornaram as caçadas mais eficazes para obter não só carne para comer, mas também couro e penas, produtos usados na confecção de artesanatos.
Pesca
Os índios pescam usando vegetais que têm a propriedade de matar ou atordoar os peixes, também pescam com as mãos ou abatem os peixes com flechas de ponta de osso ou a golpes de facão. Hoje já é comum o uso de anzóis de metal, objetos trazidos da civilização urbana.

Coleta:
É comum e útil aos grupos que não conhecem a agricultura, tornando-se a única maneira de encontrar alimento vegetal. Os índios procuram frutos, caules e raízes vegetais nativos, isto é, que não foram plantados e cultivados. A coleta inclui ainda a procura de mel e ovos de tartaruga, por exemplo. Também permite obter plantas medicinais, matéria-prima para o preparo de flechas, cordas e resinas para a pintura corporal.
Agricultura:
A maior parte das Sociedades Indígenas do Brasil pratica a agricultura em terras florestais utilizando ferramentas como facões, machados e enxadas. Para o plantio os grupos indígenas agricultores preferem, em geral, a mandioca, a batata doce, a abóbora, o cará, as diversas qualidades de milho, a fava, a pimenta, a cana-de-açúcar, o algodão, o inhame, o ananás, a banana e o tabaco.
Criação de animais:
Depois do contato com a civilização tornou-se comum, entre diversos grupos indígenas, criar animais domésticos como galinhas, patos, porcos e até bovinos, para o consumo da carne. Os índios também têm o costume de criar bichos de estimação, como araras, papagaios, macacos etc.
Artesanato:Os índios produzem diversos tipos de artefatos para atender suas necessidades cotidianas e rituais. São cestos, bolsas, esteiras, panelas, esculturas, instrumentos musicais, máscaras e esculturas, além das plumárias e enfeites de materiais diversos como cocos, sementes, ossos, conchas. O Programa de Artesanato Indígena - ARTÍNDIA, da
FUNAI, comercializa em suas oito lojas, espalhadas pelo Brasil, o artesanato original e rico em cores produzido por cerca de 100 diferentes etnias, com matéria-prima extraída da natureza e sem causar danos ao meio ambiente. As peças são compradas diretamente das comunidades indígenas, incentivando-as à manutenção de padrões de sua cultura material e garantindo, ainda, uma fonte de recursos às tribos.

O Descobrimento do Brasil e a implantação do cristianismo
(Frederico R. de Abranches Viotti)
O mar estava calmo, como estivera durante todo o percurso. Os marinheiros, nos seus postos, atentos aos sinais de terra, percebem a presença de “ervas compridas”, chamadas de “Botelho” e outras a que dão o nome de “rabo de asno”. Era uma terça-feira das “oitavas da Páscoa”, dia 21 de abril. Segundo os pilotos, devia haver terra entre “660 ou 670” léguas!
Na quarta-feira seguinte, pela manhã, a esquadra encontra “aves a que chamam de furabuchos”. Era a confirmação inequívoca de que existia terra próxima. Passam-se algumas horas, até que, por volta das 15:00, “horas de véspera”, um primeiro marujo pronuncia a famosa e esperada sentença: “terra à vista”.
Estava descoberto o país destinado a ser a maior nação católica da terra!
No meio do alvoroço das comemorações, o capitão, de 32 anos, retira-se para o altar que havia mandado fazer em honra da imagem de Nossa Senhora da Esperança, que ele próprio escolhera como padroeira da viagem e, ajoelhado, reza!
Segundo relata Pero Vaz de Caminha em sua carta, um dos poucos documentos que nos chegaram (ver Box ao final), “... houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, muito alto e redondo, e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual o monte alto o capitão pôs o nome de ‘O Monte Pascoal’ e à terra ‘A Terra de Vera Cruz’”.
Os Descobrimentos e o Ideal de Cruzada
Portugal construíra a melhor e a mais bem equipada frota que era possível naquela época. Como bem lembra o renomado historiador Jaime Cortesão: “A vasta empresa educadora preparada pelo Infante D. Henrique e continuada pelo sobrinho e pelo Príncipe Perfeito sazonava os melhores frutos. Em Lisboa pululavam agora os navegadores e os cavaleiros, os astrônomos e matemáticos, os mestres do astrolábio e do quadrante”.
Desde que D. Henrique criara a famosa Escola de Sagres e reunira os melhores gênios
de sua época, Portugal despontava como a potência naval da época, muitas décadas à frente de todas as demais nações européias.
Mais do que uma potência naval, Portugal ainda respirava os influxos de uma Europa nascida da Cruz de Cristo. Uma Europa conhecida como Cristandade. Não por acaso vários pesquisadores chamam a “Tomada de Ceuta”, início das grandes navegações, como a última das Cruzadas.
Com efeito, quase todos os homens que participaram da “Tomada de Ceuta” estavam “cruzados”, ou seja, haviam colado cruzes aos uniformes, deixando claro que partiam para uma ação religiosa. O Papa da época, Gregório XII, confirma essa disposição de combater pela Cruz e concede a indulgência plenária, própria aos que morrem em uma Cruzada.
A saída solene de Lisboa
Tudo estava pronto para que a maior frota que Portugal já lançara ao mar partisse. Conta-nos o historiador João de Barros: “foi el-Rei, que então estava em Lisboa, um domingo oito dias de Março do ano de 1500, com toda a corte ouvir missa a Nossa Senhora de Belém que é em Restelo”.
Essa pequena capela da Ermida de S. Jerônimo, construída a mando do Infante D. Henrique quase 100 anos antes, era agora o ponto de partida das expedições portuguesas.
Por volta das 9 horas de uma manhã radiosa, o cortejo real – rutilante de ouro e veludo – chegou à capela, onde já se encontravam os capitães da frota e os demais financiadores do empreendimento.
O pesquisador Carlos Heitor Castello Branco assim narra o solene episódio: “El-Rei e a Corte ocupam os seus lugares. O bispo de Ceuta, D. Diogo Ortiz, grande matemático e cosmógrafo, e orador ilustre que servira tanto a D. João II, conhecedor dos profundos segredos do Reino, vai celebrar a missa e fazer o sacro sermão. (...) O bispo, com sua mitra e o seu báculo, ladeado de acólitos, precedido de todos os sacros auxiliares, dirige-se ao altar, entre os aromas do incenso e o cântico majestoso próprio destas cerimônias, em que a Igreja Católica eleva as almas, com seu ritual de séculos. Círios e tochas são acesos.
“Principia D. Ortiz o ato sagrado. As almas se aquecem de emoção e fé. Olhos marejam-se de lágrimas. Pedro Álvares Cabral, ao lado do seu Rei, ajoelha-se humildemente. Momento crucial de sua vida, que iniciaria sua entrada na história”.
Após o Sermão, pronunciado à luz de tochas, D. Diogo benzeu uma bandeira da Ordem de Cristo – Ordem Militar originária dos Cavaleiros Templários da Idade Média – e, retirando-a do centro do altar, a entregou a el-Rei. D. Manuel passou-a então a Pedro Álvares Cabral, colocando-lhe também na cabeça um barrete bento, que o Papa lhe mandara.
Depois, fez-se uma solene procissão de relíquias e cruzes para acompanhar Cabral ao batel que o levaria à sua nau – a nau capitânia. Seguiu à frente o bispo, ladeado dos acólitos e precedido do porta-cruz e dos capitulares; acompanhavam-no os freires de Cristo, com as tochas na mão.
El-Rei faz as recomendações finais. Elevam-se estandartes e bandeiras. Retinem e silvam trombetas, atabaques, flautas e rufam tambores. No dizer de João de Barros “não parecia mar, mas um campo de flores, com a prol daquela mancebia juvenil, que embarcava”.
Objetivos da expedição
Ao contrário do que afirma uma ultrapassada corrente marxista, que ainda acredita na economia como “motor da história”, outros eram os objetivos da Expedição.
Desde a batalha de Ourique, quando D. Afonso Henriques recebeu de Deus a missão
providencial de Portugal, os monarcas lusos procuraram, além da dilatação do Império, a dilatação da Fé.
Não se explica a enorme expansão de Portugal somente por razões econômicas – ou políticas. Elaine Sanceau assim analisa: “A expansão portuguesa de além-mar é fenômeno inexplicável à face da História. O desejo de expansão supõe falta de espaço e os Portugueses tinham mais do que o bastante na sua linda pátria pequenina...”.
Segundo o pesquisador Armando dos Santos, a população de Portugal, na época dos descobrimentos, era de pouco mais de um milhão de habitantes – não muito mais do que a população atual de Lisboa, ou, para falar em termos brasileiros, de uma cidade como Campinas.
Além de procurar as especiarias nas Índias, Portugal levava consigo missionários para converter os povos à religião de nosso Senhor Jesus Cristo.
“E porque el Rei [diz o cronista Damião Gomes] foi sempre mui inclinado às coisas que tocavam a nossa Santa Fé Católica, mandou nesta armada oito frades da Ordem de S. Francisco, homens letrados, de que era Vigário Frei Henrique (...) para administrarem os Sacramentos aos Portugueses, e aos da terra que se quisessem converter à Fé”.
O renomado historiador, Jaime Cortesão, selando a união dos objetivos religiosos e econômicos afirma: “Podem considerar-se objetivos principais, por um lado, a aliança com os índios e a sua melhor cristianização, e por outro a guerra aos mouros infiéis, para obter, pela paz com uns e a luta com os outros, o exclusivo do comércio oriental. Quanto à guerra com os mouros, fazer reparo a essas intenções seria ingênua incompreensão do tempo. Este pleito secular constituía ainda então um dos fundamentos da própria nacionalidade. (...) E a balança (...) era naquele tempo um símbolo de paz”.
Seria errôneo negar o interesse econômico, mas pior erro cometeria aquele que não entendesse a “visão de mundo” daqueles portugueses. Eram homens influenciados pelos desvios renascentistas, de gozo da vida. Mas também eram homens que ainda respiravam o ar da “doce primavera da Fé” e se lançavam no ideal de lutar por Deus e pelo Império.
Nesse sentido, conclui Pero Vaz de Caminha sua carta: “Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar”.
De Lisboa à Vera Cruz
As 13 naus de Pedro Álvares Cabral zarparam de Lisboa na manhã do dia 9 de março de 1500.
No dia 22 de março a esquadra avista a ilha de S. Nicolau. No dia seguinte aconteceria a primeira perda da expedição. A nau comandada por Vasco de Ataíde simplesmente desaparece, “sem que houvesse tempo forte ou contrário para poder ser”.
Apesar das diligências feitas para encontrá-la, durante dois dias de infrutíferas buscas, nunca mais se soube de seu paradeiro. Cento e cinqüenta homens tinham sido “comidos pelo mar”.
Os perigos de uma viagem como essa eram de todos conhecidos, tanto que a maior parte da tripulação havia deixado seu testamento antes de zarpar. Dois, em cada três viajantes, nunca mais retornariam a Portugal!
A viagem se dava em plena quaresma. Os missionários, além de celebrarem as missas, também fiscalizavam a conduta dos marinheiros, proibindo os jogos de azar e as leituras dos “romances de cavalaria”, próprios a estragar a alma de seus leitores. Havia o teatro, que era
permitido, sempre com fundo religioso e procurando inspirar a Fé a esses homens que se lançavam na epopéia dos descobrimentos.
Chega o domingo da Páscoa, 19 de abril de 1500. Após longos dias em alto mar, a esquadra já se encontrava próxima do Brasil. A alegria da Ressurreição de Nosso Senhor contagia os tripulantes. A melhor ração é separada, os melhores vinhos, os biscoitos mais bem conservados são servidos à vontade.
A missa solene é celebrada no convés da nau-capitânia, entre os mais ricos paramentos e os mais belos castiçais. O órgão de frei Maffeu, um dos oito frades da frota, modulou a música sacra, cuja melodia barroca ecoou nos corações e mentes dos soldados e da marinhagem, dos degredados e dos comandantes.
Dois dias depois, eles encontrariam os primeiros sinais da Ilha de Vera Cruz!
Terra! Terra! Terra!
“Da nau capitânia, instruções claras eram transmitidas. Agia-se com a maior prudência, os capitães pilotos seguiam com presteza as ordens recebidas. Anoitecia. Tochas acesas. Tiros de bombarda saudavam o encontro de terra.
“Enfim [no dia seguinte] o sol raiava, num céu muito alto, de ares bons, suaves brisas. Foram cantadas as matinas. O erguer do sol foi iluminando um monte não avistado antes. Estavam prudentemente a 6 léguas da costa. Velas arriadas. O capitão olhava para aquele monte, dádiva celeste – parecia no céu surgir entre as lembranças recentes da alegria da Páscoa – e o místico líder da esquadra um só nome achou para batiza-lo: Monte Pascoal!”
E a terra, a Terra de Vera Cruz!
Índios e Portugueses:
Muito pouco conhecida hoje é a sabedoria de Portugal na obra de evangelização do Brasil. Nessa linha, elucidativa é a carta de Pero Vaz de Caminha. Ele, que fora escolhido para ser o contador da feitoria de Calicute (onde morreu alguns meses após deixar o Brasil), legou-nos uma carta de grande valor literário e histórico, considerada como a Certidão de Batismo da Terra de Santa Cruz.
Com precisão minuciosa, a carta de Caminha evidencia a atitude cordial dos índios e dos portugueses. Apesar de ser uma carta onde transparece uma visão romântica da vida indígena – que posteriormente influenciou Rousseau em seu “Bom Selvagem” – a carta é a única fonte que nos resta relatando os primeiros contatos com os nativos.
Depois de alguns dias de trocas e amabilidades, em que índios subiam a bordo das
caravelas e os portugueses se misturavam com eles, cantando juntos e trocando presentes, cria-se um clima de amistoso convívio final, os índios estavam de tal forma acostumados com os portugueses, que Caminha afirma: “E estavam já mais mansos e seguros entre nós do que nós estávamos entre eles”.
Da mesma forma foi confeccionada a primeira Cruz, feita com a ajuda dos indígenas.
A carta ainda relata um acontecimento que marcava o início da obra evangelizadora: “... disse o Capitão que seria bom irmos direto à Cruz, que estava encostada a uma árvore junto com o rio... e nos puséssemos todos em joelhos e a beijássemos para eles [os índios] verem o acatamento que lhe tínhamos. E assim fizemos. A esses dez ou doze que aí estavam acenaram-lhes que fizessem assim, e foram todos beijá-la”.
Esses índios, da tribo dos Tupiniquins, logo se tornaram aliados dos portugueses. Eram povos nômades que vagavam pelo território brasileiro e que foram se misturando com os brancos e formando o sentimento de nossa nacionalidade, onde se misturaram os brancos de Portugal, os índios que aqui habitavam e os negros que viriam da África.
A Primeira Missa em solo brasileiro
No mesmo clima cordial se daria a oficialização do Descobrimento. Ao contrário da África, onde Portugal deixava seus padrões de pedra (sinal de sua posse), aqui ele deixou a Cruz
com as insígnias reais.
Na sexta-feira, primeiro dia de maio e penúltimo da esquadra no Brasil, foi celebrada a primeira missa em terra firme (e a segunda desde a chegada de Pedro Álvares Cabral. Houve missa no dia 26 de abril, celebrada em uma ilha.)
Convocada toda a tripulação, fez-se um enorme cortejo de mais de 1000 homens. “Cantando em maneira de procissão”. Com os estandartes da Ordem de Cristo bem erguidos à sua frente, os homens seguiram até o local “onde nos parecera melhor fincar a Cruz, para ser melhor vista”. Vários índios logo se juntaram à procissão e ajudaram a carregar a Cruz diante da qual se renovaria o Santo Sacrifício do Calvário. ato que ficou para sempre imortalizado na história como “A Primeira Missa”.
Durante a celebração, os indígenas acompanharam os portugueses em todos os seus gestos. Ajoelharam-se na consagração, levantaram-se no
Evangelho, sentaram-se no sermão, etc.
Um dos índios, narra Caminha, homem de cinqüenta anos aproximadamente, chamava os demais índios e, andando entre eles, “acenava com o dedo para o altar e depois apontou para o Céu, como se lhes dissesse alguma coisa de bem; e nós assim o tomamos”.
Após a celebração, Frei Henrique distribuiu várias cruzes de estanho aos indígenas: “pelo que o Padre Frei Henrique se assentou ao pé da Cruz e ali, a um por um, lançava a sua [cruz] atada em um fio ao pescoço, fazendo-lha primeiro beijar e alevantar as mãos.”
Os índios recebiam esses objetos como presentes preciosos. Mal sabiam eles o alto valor daquele objeto. Mais do que sinal de amizade, eles recebiam o símbolo do Cristão.
Sobre a “Primeira Missa”, comentou o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira: “implantando a primeira cruz, erguendo o primeiro altar, rezando a primeira Missa, e congregando, no ato sagrado, portugueses e índios, Frei Henrique de Coimbra lançava as bases do Brasil cristão”.



PÁSCOA E PAZVamos adubar nosso chão,Plantar justiça, colher a paz.Ressuscitar sentimentosQue tanta falta nos faz.Repudiar a violênciaPois cada um é capaz.Chega de tanta violência,Chega de tanta matança.Chega de tanta maldadeEnvolvendo até crianças.Vamos semear justiça,E tentar colher esperança.Cristo foi crucificado,Para nossa salvação.Vamos abraçar o próximo,Como se fosse um irmão.Vamos ressuscitar a paz,E abrandar o coração.
(Dalinha Catunda.)

MÚSICAS
Senhor, Tu És
Senhor, Tu és\ o Meu Deus forte\
A minha rocha e a minha luz.\
Por isso cada vez \ que olho para Ti
eu sinto uma água viva que sai de dentro de mim!
Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia.

ÍndiosLegião Urbana
Quem me deraAo menos uma vezTer de volta todo o ouroQue entreguei a quemConseguiu me convencerQue era prova de amizadeSe alguém levasse emboraAté o que eu não tinhaQuem me deraAo menos uma vezEsquecer que acrediteiQue era por brincadeiraQue se cortava sempreUm pano-de-chãoDe linho nobre e pura sedaQuem me deraAo menos uma vezExplicar o que ninguémConsegue entender:Que o que aconteceuAinda está por virE o futuro não é maisComo era antigamente.Quem me deraAo menos uma vezProvar que quem tem maisDo que precisa terQuase sempre se convenceQue não tem o bastanteFala demaisPor não ter nada a dizer.Quem me deraAo menos uma vezQue o mais simples fosse vistoComo o mais importanteMas nos deram espelhosE vimos um mundo doente.(Continua...)

Todo Dia Era Dia de ÍndioBaby do BrasilComposição: Jorge Bem
Curumim,chama CunhatãQue eu vou contarCurumim,chama CunhatãQue eu vou contarTodo dia era dia de índioTodo dia era dia de índioCurumim,CunhatãCunhatã,CurumimAntes que o homem aqui chegasseÀs Terras BrasileirasEram habitadas e amadasPor mais de 3 milhões de índiosProprietários felizesDa Terra BrasilisPois todo dia era dia de índioTodo dia era dia de índioMas agora eles só temO dia 19 de AbrilMas agora eles só temO dia 19 de AbrilAmantes da naturezaEles são incapazesCom certezaDe maltratar uma fêmeaOu de poluir o rio e o marPreservando o equilíbrio ecológicoDa terra,fauna e floraPois em sua glória,o índioÉ o exemplo puro e perfeitoPróximo da harmoniaDa fraternidade e da alegriaDa alegria de viver!Da alegria de viver!E no entanto,hojeO seu canto tristeÉ o lamento de uma raça que já foi muito felizPois antigamenteTodo dia era dia de índioTodo dia era dia de índio
Curumim,CunhatãCunhatã,CurumimTerêrê,oh yeah!Terêreê,oh!



Amor de ÍndioMilton Nascimento
Tudo que move é sagradoE remove as montanhasCom todo cuidado, meu amorEnquanto a chama arderTodo dia te ver passarTudo viver ao teu ladoCom o arco da promessaNo azul pintado pra durarAbelha fazendo melVale o tempo que não voouA estrela caiu do céuO pedido que se pensouO destino que se cumpriuDe sentir teu calorE ser todoTodo dia é de viverPara ser o que forE ser tudoSim, todo amor é sagradoE o fruto do trabalhoÉ mais que sagrado, meu amorA massa que faz o pãoVale a luz do teu suorLembra que o sono é sagradoE alimenta de horizontesO tempo acordado de viverNo inverno te protegerNo verão sair pra pescarNo outono te conhecerPrimavera poder gostarNo estio me derreterPra na chuva dançarE andar juntoO destino que se cumpriuDe sentir teu calorE ser tudo.

Culminância
Ao final do mês de abril, cada professor selecionará as melhores produções que serão corrigidas e revisadas com o auxílio da Coordenação Pedagógica, e será montado um livro chamado “Vozes do CIEP 381 pela paz”, que terá seu lançamento no dia da passeata pela paz, quando serão sorteados alguns exemplares e os autores darão autógrafos.

OBS: O PROFESSOR PODERÁ TRABALHAR OUTROS TEXTOS E MÚSICAS, ALÉM DE PROMOVER TEATROS, ETC. PARA INCREMENTAR ESTE PROJETO.

QUE O ESPÍRITO SANTO NOS ILUMINE SEMPRE! SALVE SÃO DOMINGOS SÁVIO!!!

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